terça-feira, 26 de junho de 2007

MALDIÇÕES INÚTEIS DE UMA FLOR (parte IX de "duelo")



venhas meu beija-flor
tão fomento de desejo
todo azul todo rosado
com teu beijo de vespeiro

vens para meu pólen
tão suado tão sereno
carente de abandono
submisso a teu peso

seu destino já traçado
é o de trair com beijo
ser ladrão dessa história
voar por rua e beco

sua moeda é o nada
que tu pagas de manhã
teu castigo é o deserto
sob os olhos da razão

meu destino é ser símbolo
de amor paz e teimosia
é ser flor que verteu sangue
para quem não merecia

meu destino é te esperar
de tarde de noite e de dia
o seu! é esquecer-me
como coisa sem valia


tu partes e leva o pólen
que é meu coração
mas retornas fome e frio
a minha nobre redenção

tua praga beija-flor
é ser parasita e hospedeiro
transportar a tuas asas
o médico e o coveiro

saibas que no jardim do céu
eu transbordada de alegria
lanço raio e tempestade
a cada passo de seu dia


Edson

Nenhum comentário: