terça-feira, 23 de outubro de 2007

J M


Panteônica
bebida dos deuses
precocemente maturada
em apenas três meses

O doce sabor da cana
tão doce que embriaga sem se perceber
e nesse sabor de cana perdesse ou (se) engana
nunca houvera sido por mim encontrada
cachaça em sabor comparada
tão rápida e precisamente preparada
sutil, intensa e ardentemente requintada

Doce como os grandes e pequenos lábios
não como todo lábio
mas como só os são os lábios da mulher desejada
macia como aquela pele sensível e recalcada
Saborosa
assim como os suspiros de mulher tão formosa

Daquelas que ao beber chega-se a imaginar
a paisagem gostosa de quando
era ainda cana na roça
saudosa como o roçar dos corpos
na embriagueis volúpia nossa

Embriagado de ti ó cana sagrada
vejo-me perdido em desgraça
do desejo de beber-te por inteiro
do que podia e não foi e
do desejo que não passa
E no espelho oceânico dos meus (infinitos)
trinta e um anos reparo...
-perfeita para ser coroada,
como presente de despedida da mulher amada...
Fábio Che

Nenhum comentário: