terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Tempos modernos

Pobre aleijão que ao
Direito procura
E que trôpego arrasta-se aos pés alheio,
Pelo solo rijo do cansaço almeja a cura,
Lambendo úmidas chagas, bruto e feio.
Estirado, roto e enfermo: o maltrapilho
Engalana a mediocridade deste milênio.
N'agonia da falência, o mutilado filho,
Virou enxerto posto que não foi gênio!
Árdua labuta, nula, mas intensa;
Mecanismos seletivos e binários
Desfazem-se do ser quando este pensa
E reluta à diretriz sisuda dos horários.
Tecnologia ou Ciência Moderna,
Seja qual for teu sintético pensamento,
Saiba que arranca do operário a perna
Ao suprir sua força com teu invento!

Flauto

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