Planta que brota das rachaduras
Gerando mais rachaduras
E destruindo todo o concreto
Que até ontem parecia invencível
Sou a semente do devir
Que esteve soterrada sob a calçada
Contenho em mim a árvore
Sou e não sou semente ao mesmo tempo
Pois já sou planta, sou flor, sou fruto
Sou a floresta que há de brotar amanhã
Em todas as rachaduras
De teu concreto, sobrará poeira
De teu asfalto, o pedrisco
De tuas pedras, os pedaços
De tua suposta eternidade,
a impermanência
De teu império, a ruína
Don Paulo Quixote
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