quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Noite

Era ela negra, como a noite
e negra envolvia-me em laços
me revestia de seu calor,
e pernas e braços
Feito a noite, com seu negro manto,
de prazeres e encantos

Negra linda, negra noite

Desferia contra mim seu perfume
e seus beijos feito açoite
Sedutora como a noite que a lua cheia anuncia
e eu (que bohêmio por exelencia),
por meu turno, dentro dela me perdia

Linda negra, negra noite

Noite que me chegara inesperada
em pleno sol do meio-dia
e meu dia fez-se noite, linda e negra
que ébrio me fazia

Linda negra, negra noite
E sob o mento de negra-noite
negras-curvas, negros-olhos,
e os negros-cabelos,
que por teus ombros qual a noite caiam

Linda negra, negra noite
E entre os lábios noturnos
seu sorriso de estrelas
e o brilho que me luzia
A guiar-me por seu corpo
pelos doces seios, fértil ventre
grossas coxas
por sua fenda de noite ardente
e por seu beijo de noite fria

Linda negra, negra noite
Rainha-guerreira, deusa-africana
de classe-operária sua gana
e a estrada que que forjava
e para si mesmo fazia.

Ela negra qual a noite
e com seu manto me revestia
trazendo contida em sí
vento...

Furacão...

Tormenta...

e calmaria...



Fábio che


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