terça-feira, 13 de novembro de 2007

Da sedução dos anjos


Anjos seduzem-se:

nunca ou a matar.

Puxa-o só para dentro de casa

e mete-lhea língua na boca

e os dedos sem fretePor baixo da saia

até se molharVira-o contra a parede,

ergue-lhe a saiaE fode-o. Se gemer,

algo crispadoSegura-o bem,

fá-lo vir-se em dobrado

Para que do choque no fim te não caia.

Exorta-o a que agite bem o cú

Manda-o tocar-te os guizos atrevido

Diz que ousar na queda lhe é permitido

Desde que entre o céu e a terra flutue

–Mas não o olhes na cara enquanto fodes

E as asas, rapaz, não lhas amarrotes.

Bertold Bracht

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