Ouça a canção...
Não aquela que pelos ouvidos lhe chega
mas a que vem de dentro, a que brota de ti
aquela que brota da alma, que não tens
aquela que emana tu aos teus
Hoje proletário, antes escravo, plebeu
sentes querido, sentes querida
sinta a canção, deixe seus pés sentirem
até que eles saiam do chão
Baile tua dança, deixe brotar por tua garganta
vazar por tua voz a tua, nossa, canção
sempre como se fora o último dia que tens
ame, odeie perdidamente, seja teu próprio Deus
Não se curve nunca, não cala-te jamais
saibas não ser escravo, patrão, nem capataz
não queiras vida-longa, que a morte tenha teu endereço
negar ao Deus patrão, a vida oprimida, ao silencio da servidão
Baila tua dança, pelas fábricas, becos e periferias
não te demores muito nas cátedras, há pouca melodia
onde sobra bajulação. Canta teus versos de protestos
para os mais fudidos, reconheça verdaeiramente os teus
A vida coerente tem um preço, e ele lhe será cobrado
o preço de tua rebelde canção. Mas ainda assim canta
canta e que chegue a hora de colar tua boca na massa
canta com sabedoria, canta teu canto com determinação
Por inimigo terás o patrão, os sacerdotes, a polícia
e ainda toda sorte de oportunistas, não tema os desafetos
siga teu caminho cante a tua nossa canção, escreva
os teus nossos versos, dance e cante com e para os teus
Cara proletária, caro camarada, canta tua canção
muitos nos antecederam, a nós tantos outros se seguirão
faz a vida valer a pena, canta tua canção de igualdade
exija da opressão a liberdade da fome a supressão
Se quiseres evitar os transtornos, ter vida de conforto
cante as canções do inimigo, com sorte e muito trabalho
terás pão e abrigo, mas lembre-se, saiba sempre lembrar
essa é a única dança que dançamos, dançarás para os teus?
Ou para teus inimigos?
Fábio Francisco
sexta-feira, 21 de outubro de 2016
segunda-feira, 10 de outubro de 2016
HDR
Por teu corpo
passeia a água
minha mente
transborda desejos
A água passeia
pelo curso predileto
de meus beijos
(Fábio Francisco)
passeia a água
minha mente
transborda desejos
A água passeia
pelo curso predileto
de meus beijos
(Fábio Francisco)
segunda-feira, 3 de outubro de 2016
Partes
Para Bruna Telly
Minha preta beleza
fruto de minha preta cultura
de minha preta natureza
tudo isso são partes
componentes que expresso
em minha preta arte.
(Fábio Francisco)
Sobre esta fotografia
Para Vinício Ziani
A vida como uma dança
não que seja boa em sua plenitude
nem plena em suas possibilidades
Mas quando se sente a chuva
tocar o corpo e o ar encher os pulmões
dança-se ao som da vida e tudo faz-se belo
até mesmo a apressada, ruidosa e cinza cidade
A dança em circulo
o bailarino no campo
enquadrado
dançava a luz do dia
enquanto a chuva regava
cuidadosamente os telhados
Fábio Francisco
A vida como uma dança
não que seja boa em sua plenitude
nem plena em suas possibilidades
Mas quando se sente a chuva
tocar o corpo e o ar encher os pulmões
dança-se ao som da vida e tudo faz-se belo
até mesmo a apressada, ruidosa e cinza cidade
A dança em circulo
o bailarino no campo
enquadrado
dançava a luz do dia
enquanto a chuva regava
cuidadosamente os telhados
Fábio Francisco
Raiz da arte
Eu e a natureza não nos apartamos
minhas raízes estão fundas na terra
meu tronco é de vida rebelde
minhas folhas são poesia
nos parques
telhados
e rachaduras do asfalto
Broto por toda parte
subvertendo a ordem
com a rebeldia
de minha arte
Broto
por
toda
parte
(Fábio Francisco)
minhas raízes estão fundas na terra
meu tronco é de vida rebelde
minhas folhas são poesia
nos parques
telhados
e rachaduras do asfalto
Broto por toda parte
subvertendo a ordem
com a rebeldia
de minha arte
Broto
por
toda
parte
(Fábio Francisco)
Reflexivo
(Para Elson Santos)
Não é o peso do mundo
é minha própria carga
(socialmente conformada)
mas como singular
exemplar da espécie
com a humanidade me confundo
Fábio Francisco
domingo, 17 de julho de 2016
Beleza
A luz
suave
revelava
denunciava
o encanto
que sob a sombra
longe de nosso olhar
repousava livre
a beleza existe
não para mim
quando a percebo
ou para você
quando a vê
mas sim existe
apenas para ela
e por isso é bela
Fábio Francisco
suave
revelava
denunciava
o encanto
que sob a sombra
longe de nosso olhar
repousava livre
a beleza existe
não para mim
quando a percebo
ou para você
quando a vê
mas sim existe
apenas para ela
e por isso é bela
Fábio Francisco
segunda-feira, 6 de junho de 2016
Ela
Que encerra as madrugadas,
que em todas as manhãs
se faz bela, ilumina os dias
dissipando inquietações
Ela faz arte, ela já há muito
de mim faz parte. Não, em verdade
de seu mundo eu que faço parte
ela não faz, ela é arte
Habita minha vida, minha cama,
minha alma e minha poesia
comigo comparte a mesa,
a cama, romances e canções
Se faz vida, se faz nua, se faz crua
Não, não é minha, se faz sua
por escolha de minha vida
e minha alma faz parte
Diz que me ama com gestos, com beijos,
olhares e mesmo (como se precisasse)
com palavras, se nunca o dissestes,
silenciosamente seria minha amada
Tenho a impressão de que o sol nasce
para ela, a natureza por ela se revela
quero um outro mundo, para que teu sorriso
seja por toda a parte merecido
Gosto me diz eu-te-amo, com
os olhos, a prova de que as palavras
podem ser por nós dispensadas
assim quietos como almas enamoradas
Fábio Francisco
que em todas as manhãs
se faz bela, ilumina os dias
dissipando inquietações
Ela faz arte, ela já há muito
de mim faz parte. Não, em verdade
de seu mundo eu que faço parte
ela não faz, ela é arte
Habita minha vida, minha cama,
minha alma e minha poesia
comigo comparte a mesa,
a cama, romances e canções
Se faz vida, se faz nua, se faz crua
Não, não é minha, se faz sua
por escolha de minha vida
e minha alma faz parte
Diz que me ama com gestos, com beijos,
olhares e mesmo (como se precisasse)
com palavras, se nunca o dissestes,
silenciosamente seria minha amada
Tenho a impressão de que o sol nasce
para ela, a natureza por ela se revela
quero um outro mundo, para que teu sorriso
seja por toda a parte merecido
Gosto me diz eu-te-amo, com
os olhos, a prova de que as palavras
podem ser por nós dispensadas
assim quietos como almas enamoradas
Fábio Francisco
Olhar do tempo
Hoje vi no espelho meu rosto
e lá localizei um velho olhar,
de quando erá muito jovem.
Me remeteu a uma saudosa fotografia
de meu sétimo ano de vida
Lá reside um olhar
suave, doce, alegre,
tímido e curioso
que minha mãe carinhosamente chamava
“Olhar de peixe morto”
Os pelos, as olheiras, as rugas,
é como ver o mesmo
olhar em outro rosto,
incrível como, 32 anos depois,
ainda se guarda traços de quando garoto
Visitou-me após todos estes anos
ou sempre esteve lá?
Fábio Francisco
e lá localizei um velho olhar,
de quando erá muito jovem.
Me remeteu a uma saudosa fotografia
de meu sétimo ano de vida
Lá reside um olhar
suave, doce, alegre,
tímido e curioso
que minha mãe carinhosamente chamava
“Olhar de peixe morto”
Os pelos, as olheiras, as rugas,
é como ver o mesmo
olhar em outro rosto,
incrível como, 32 anos depois,
ainda se guarda traços de quando garoto
Visitou-me após todos estes anos
ou sempre esteve lá?
Fábio Francisco
Ela
Que encerra as madrugadas,
que em todas as manhãs
se faz bela, ilumina os dias
dissipando as inquietações
que em todas as manhãs
se faz bela, ilumina os dias
dissipando as inquietações
Ela faz arte, ela já há muito
de mim faz parte. Não, em verdade
de seu mundo eu que faço parte
ela não faz, ela é arte
de mim faz parte. Não, em verdade
de seu mundo eu que faço parte
ela não faz, ela é arte
Habita minha vida, minha cama,
minha alma e minha poesia
comigo comparte a mesa,
a cama, romances e canções
minha alma e minha poesia
comigo comparte a mesa,
a cama, romances e canções
Se faz vida, se faz nua, se faz crua
Não, não é minha, se faz sua
por escolha de minha vida
e minha alma faz parte
Não, não é minha, se faz sua
por escolha de minha vida
e minha alma faz parte
Diz que me ama com gestos, com beijos,
olhares e mesmo (como se precisasse)
com palavras, se nunca o dissestes,
silenciosamente seria minha amada
olhares e mesmo (como se precisasse)
com palavras, se nunca o dissestes,
silenciosamente seria minha amada
Tenho a impressão de que o sol nasce
para ela, a natureza por ela se revela
quero um outro mundo, para que teu sorriso
seja por toda a parte merecido
para ela, a natureza por ela se revela
quero um outro mundo, para que teu sorriso
seja por toda a parte merecido
Gosto me diz eu-te-amo, com
os olhos, a prova de que as palavras
podem ser por nós dispensadas
assim quietos como almas enamoradas
os olhos, a prova de que as palavras
podem ser por nós dispensadas
assim quietos como almas enamoradas
Fábio Francisco
sexta-feira, 1 de abril de 2016
Nosso canto
Ouça a canção...
Não aquela que pelos ouvidos lhe chega
mas a que vem de dentro, a que brota de ti
aquela que brota da alma, que não tens
aquela que emana tu aos teus
Hoje proletário, antes escravo, plebeu
sentes querido, sentes querida
sinta a canção, deixe seus pés sentirem
até que eles saiam do chão
Baile tua dança, deixe brotar por tua garganta
vazar por tua voz a tua, nossa, canção
sempre como se fora o último dia que tens
ame, odeie perdidamente, seja teu próprio Deus
Não se curve nunca, não cala-te jamais
saibas não ser escravo, patrão, nem capataz
não queiras vida-longa, que a morte tenha teu endereço
negar ao Deus patrão, a vida oprimida, ao silencio da servidão
Baila tua dança, pelas fábricas, becos e periferias
não te demores muito nas cátedras, há pouca melodia
onde sobra bajulação, canta teus versos de protestos
para os mais fudidos, reconheça verdadeiros amigos teus
A vida coerente tem um preço, e ele lhe será cobrado
o preço de tua rebelde canção, pois ainda assim canta
canta e que chegue a hora de colar tua boca na massa
canta com sabedoria, canta teu canto com determinação
Por inimigo terás o patrão, os sacerdotes, a polícia
e ainda toda sorte de oportunistas, não tema os desafetos
siga teu caminho cante a tua nossa canção, escreva
os teus nossos versos, dance e cante com e para os teus
Cara proletária, caro camarada canta tua canção
muitos nos antecederam, a nós tantos outros se seguirão
faz a vida valer a pena, canta tua canção de igualdade
exija da opressão a liberdade da fome a supressão
Se quiseres evitar os transtornos, ter vida de conforto
cante as canções do inimigo, com sorte e muito trabalho
terás pão e abrigo, mas lembre saiba sempre lembrar
essa é a única dança que dançamos, dançarás com os teus?
Fábio Francisco
Não aquela que pelos ouvidos lhe chega
mas a que vem de dentro, a que brota de ti
aquela que brota da alma, que não tens
aquela que emana tu aos teus
Hoje proletário, antes escravo, plebeu
sentes querido, sentes querida
sinta a canção, deixe seus pés sentirem
até que eles saiam do chão
Baile tua dança, deixe brotar por tua garganta
vazar por tua voz a tua, nossa, canção
sempre como se fora o último dia que tens
ame, odeie perdidamente, seja teu próprio Deus
Não se curve nunca, não cala-te jamais
saibas não ser escravo, patrão, nem capataz
não queiras vida-longa, que a morte tenha teu endereço
negar ao Deus patrão, a vida oprimida, ao silencio da servidão
Baila tua dança, pelas fábricas, becos e periferias
não te demores muito nas cátedras, há pouca melodia
onde sobra bajulação, canta teus versos de protestos
para os mais fudidos, reconheça verdadeiros amigos teus
A vida coerente tem um preço, e ele lhe será cobrado
o preço de tua rebelde canção, pois ainda assim canta
canta e que chegue a hora de colar tua boca na massa
canta com sabedoria, canta teu canto com determinação
Por inimigo terás o patrão, os sacerdotes, a polícia
e ainda toda sorte de oportunistas, não tema os desafetos
siga teu caminho cante a tua nossa canção, escreva
os teus nossos versos, dance e cante com e para os teus
Cara proletária, caro camarada canta tua canção
muitos nos antecederam, a nós tantos outros se seguirão
faz a vida valer a pena, canta tua canção de igualdade
exija da opressão a liberdade da fome a supressão
Se quiseres evitar os transtornos, ter vida de conforto
cante as canções do inimigo, com sorte e muito trabalho
terás pão e abrigo, mas lembre saiba sempre lembrar
essa é a única dança que dançamos, dançarás com os teus?
Fábio Francisco
domingo, 27 de março de 2016
Trois
Somos inteiros
se a dois nos completamos
tres não está ligado a necessidade
tem mais a ver com arte
algo que faz-se por pura vontade
pelo culto ao prazer, ao Deus-Desejo
e sobretudo, pela lasciva reciprodade
Fábio Francisco
quinta-feira, 28 de janeiro de 2016
quarta-feira, 27 de janeiro de 2016
Feitiço
da
dança
As vezes lembro
quando criança
a trapesista
de circo
roubava o coração
de todos os meninos
com seus movimentos
Hoje sei
que ela aprendeu
com a bailarina
esta que
em cada movimento
congela o tempo
mo-vi-men-to
suave e lento
nos cativa porque
dança inteira
dança por fora
dança por dentro
Fabio Francisco
da
dança
As vezes lembro
quando criança
a trapesista
de circo
roubava o coração
de todos os meninos
com seus movimentos
Hoje sei
que ela aprendeu
com a bailarina
esta que
em cada movimento
congela o tempo
mo-vi-men-to
suave e lento
nos cativa porque
dança inteira
dança por fora
dança por dentro
Fabio Francisco
sábado, 23 de janeiro de 2016
faz de mim
teu instrumento
toca-me firme
toca-me sedento
manuseia-me
o corpo
com sentimento
toca-me forte
por fora
e por dento
toca-me
que a ti me dou
de todas as formas
sem sofrimento
toca-me inteira
que o desejo
é meu único lamento
faz de mim
uma canção
um soneto
uma ode
me pega firme
me tira som
me fode
realiza teu intento
me toca
em todos os acordes
pois hoje sou
de teu prazer
de teu prazer
o instrumento
Yolanda Vasquez
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