Ouça a canção...
Não aquela que pelos ouvidos lhe chega
mas a que vem de dentro, a que brota de ti
aquela que brota da alma, que não tens
aquela que emana tu aos teus
Hoje proletário, antes escravo, plebeu
sentes querido, sentes querida
sinta a canção, deixe seus pés sentirem
até que eles saiam do chão
Baile tua dança, deixe brotar por tua garganta
vazar por tua voz a tua, nossa, canção
sempre como se fora o último dia que tens
ame, odeie perdidamente, seja teu próprio Deus
Não se curve nunca, não cala-te jamais
saibas não ser escravo, patrão, nem capataz
não queiras vida-longa, que a morte tenha teu endereço
negar ao Deus patrão, a vida oprimida, ao silencio da servidão
Baila tua dança, pelas fábricas, becos e periferias
não te demores muito nas cátedras, há pouca melodia
onde sobra bajulação. Canta teus versos de protestos
para os mais fudidos, reconheça verdaeiramente os teus
A vida coerente tem um preço, e ele lhe será cobrado
o preço de tua rebelde canção. Mas ainda assim canta
canta e que chegue a hora de colar tua boca na massa
canta com sabedoria, canta teu canto com determinação
Por inimigo terás o patrão, os sacerdotes, a polícia
e ainda toda sorte de oportunistas, não tema os desafetos
siga teu caminho cante a tua nossa canção, escreva
os teus nossos versos, dance e cante com e para os teus
Cara proletária, caro camarada, canta tua canção
muitos nos antecederam, a nós tantos outros se seguirão
faz a vida valer a pena, canta tua canção de igualdade
exija da opressão a liberdade da fome a supressão
Se quiseres evitar os transtornos, ter vida de conforto
cante as canções do inimigo, com sorte e muito trabalho
terás pão e abrigo, mas lembre-se, saiba sempre lembrar
essa é a única dança que dançamos, dançarás para os teus?
Ou para teus inimigos?
Fábio Francisco
sexta-feira, 21 de outubro de 2016
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