A alguns anos
OS tanques tomaram ruas
Botas pisaram gargantas que
Gritavam por justiça
A violência desabou sobre aqueles que tinham fome
E os que queriam partilhar o pão
Nos porões a vida se esvaia
Com o sangue derramado na tortura
Nas ruas e becos, a luta seguia
Tentaram destruir nossa perspectiva
De futuro, como resposta a sua violência
Encontraram a nós
E nos fizemos resistência
Vestimos a mortalha
Trocamos panfletos por pistolas
Megafones por fuzis
E ninguém mais estava inscrito para fala
Salvo prévia prática revolucionária
50 anos se passaram
O inimigo não venceu a guerra
Apenas a batalha
Seguimos, embora muitos de
Nós se façam ausência
Mas quando não houver mais fome
Nem esmolas
Quando homem e mulher
Andarem lado a lado
Quando a injustiça não tiver mais
Lugar
Quando não restar nenhum grito silenciado
E a vida não for apenas anseio
Quando não houver quem trabalhe de mais
Nem quem viva do trabalho alheio
Nossos irmãos mortos serão ainda lembrados.
Assim onde quer que estejamos,
Em cada escola
cada sindicato
cada periferia,
cada barraco,
cada abrigo,
tecemos cuidadosamente a mortalha do inimigo.
Fábio F. Massari
sábado, 5 de abril de 2014
Baader meinhof`s
Filmes e reportagens
Homenageiam meninos da Alemanha oriental
Que bravamente lutaram
para derrubar o muro
E o fizeram
derrubando-o a direita
Poucos ousam contar que em
sua maioria se arrependeram
E um pacto de silencio
tenta enterrar os meninos e meninas
que do outro lado do muro (capitalista)
tentaram derrubar o muro a esquerda
e presos
e torturados
morreram
Sem se arrepender.
Fábio F.(Massari)
Homenageiam meninos da Alemanha oriental
Que bravamente lutaram
para derrubar o muro
E o fizeram
derrubando-o a direita
Poucos ousam contar que em
sua maioria se arrependeram
E um pacto de silencio
tenta enterrar os meninos e meninas
que do outro lado do muro (capitalista)
tentaram derrubar o muro a esquerda
e presos
e torturados
morreram
Sem se arrepender.
Fábio F.(Massari)
Ossos do ofício
“A vida que levamos nos condiciona, lenta e cuidadosamente”
Por ser pobre,
Começou a trabalhar ainda aos oito anos
como pequena escrava domésticaem sua luta por pão, tinha de fazer a comida dos patrões,
utilizava uma cadeira como forma de alcançar o fogão
por ser pobre, amadureceu cedo
por ser pobre, perdeu ainda jovem sua saúde
trocando-a por baixos salários
Assim, depois de uma vida de trabalho
seus patrões permaneceram jovens e saudáveis por mais tempo
quando adulta, ao adoecer (Por ser pobre) e não poder pagar o aluguel
teve sua casa destelhada, e lá doente dormiu,
muitas noites sob as estrelas do Recife
ao lado de suas pequenas filhas, que como ela,
por serem pobres, de cedo já trabalhavam
Deste modo vivera, passou seus anos,
entre suor, trabalho, lágrimas,
alegrias, encantos e enganos...
assim, minha avó, já no fim da vida,
por ser pobre, ainda jovem,
aos 75 já acabada,
lamentava sua osteoporose avançada
amargurando uma incurável perna quebrada
Então, pela ultima vez fora internada
em um hospital precário e lotado
abandonada a própria sorte
agonizou por uma semana
quando morreu,
Causa mortes POBREZA
Nós, por sermos também pobres
compramos o caixão mais barato
como um ultimo símbolo de sua pobreza em vida e morte
ainda no hospital, em um público necrotério
coube a mim, seu neto mais velho
(minha mãe não conseguiria) prepara-la para o caixão
retora-la de sua posição fetal da morte, de modo que, ainda muito jovem, me restou entre lágrimas quebrar vários de seus pequenos e delicados ossos
para que assim coubesse em sua ultima e pequena morada
Hoje, com espanto olham-me,
quando discorro meu ódio por cada patrão
acusam-me de violência quando digo
que gostaria de quebrar delicadamente os ossos da burguesia
Dizem-me – Porque tanto ódio e não sentimentos nobres?
Respondo – Por ser pobre!
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