Pedra, nuvens ou pão.
Mães, filhas, esposas,
Caminhos loucos ou sãos
Queimando nas fábricas
Ou na greve levantando as mãos
Chorando seus filhos mortos
Ou com fuzis fazendo a revolução
Estavam lá, visíveis ou não
Diziam alto o que queriam
Sendo ouvidas ou não
Gritavam, gritavam, gritavam
Temos muitos nomes para lembrá-las
Muitos sãos os nomes que esquecemos
Mas temos um dia, não é muito
Um dia é só o suspiro do ano
Mas temos um dia que é do mundo inteiro
E cada hora carrega seus minutos
Cada minuto carrega seus segundos
Cada segundo seu grão de tempo
Então se fez a mágica de podermos
Num dia só carregar todas elas
As que foram, as que virão
As que nasceram e que morrerão
As que já lutam e as que lutarão
E todas elas marcharão nas ruas
Vermelhas, rosas ou lilases
Os corpos serão seus, as casas serão suas
Até que os segundos enlouquecidos
Se tornem minutos que ardem em fogo
E as horas de canto e gritos
Possam converter um dia... um simples dia
... em infinito.
(Mauro Iasi)
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