Lugar em que repousam paixões, pedras, paus, pólvora, noites e poemas... Espaço para almas delirantes, cavaleiros andantes, seres quixotescamente errantes, que mesmo quando "envoltos em tempestades e decepados, entre os dentes seguram a primavera", aqueles para os quais o "eu" é pouco, e assim, vivem para além de si, experimentando intensamente sua existência no mundo, como deus, ou seja, "Um colossalmente velho vagabundo"...
Nada há a colher no dia de hoje nenhuma vitória se anuncia no horizonte, os seus se dividem entre iludidos e adormecidos você está sozinho no fronte O inimigo cada dia mais forte a todos dirige, aponta o norte Todas as tuas ferramentas foram destroçadas não há mais manuais, não há mais nada sobrou apenas um método para nortear a estrada arregaça as mangas, prepara-te para caminhada Não existem mais cordas, apenas o poço onde esta o humano, para resgatar a humanidade, as cordas, que já existiram em abundância, precisam ser, por nós, confeccionadas Se ainda houver saída para o humano, se houver o que colher, em 20, 50, 100 anos dependerá do árduo trabalho revolucionário de hoje é preciso plantar futuro, não cabem mais duvidas nem enganos É preciso juntar os seus e buscar os novos retomar conspiracoes noturnas abandonar as ilusões "de urnas" cerrar as grades, pular os muros Rever os clássicos fazer novos planos plantar futuros Lutemos por vida plena, ócio produtivo, operários sem patrão, em suma, emancipação derrotados nossos sonhos reformistas é hora de plantar sementes de revolução (Massari)
Borboletas, rosas, mariposas Pedra, nuvens ou pão. Mães, filhas, esposas, Caminhos loucos ou sãos Queimando nas fábricas Ou na greve levantando as mãos Chorando seus filhos mortos Ou com fuzis fazendo a revolução Estavam lá, visíveis ou não Diziam alto o que queriam Sendo ouvidas ou não Gritavam, gritavam, gritavam Temos muitos nomes para lembrá-las Muitos sãos os nomes que esquecemos Mas temos um dia, não é muito Um dia é só o suspiro do ano Mas temos um dia que é do mundo inteiro E cada hora carrega seus minutos Cada minuto carrega seus segundos Cada segundo seu grão de tempo Então se fez a mágica de podermos Num dia só carregar todas elas As que foram, as que virão As que nasceram e que morrerão As que já lutam e as que lutarão E todas elas marcharão nas ruas Vermelhas, rosas ou lilases Os corpos serão seus, as casas serão suas Até que os segundos enlouquecidos Se tornem minutos que ardem em fogo E as horas de canto e gritos Possam converter um dia... um simples dia ... em infinito. (Mauro Iasi)
Mércurio Deus do mercado não herdei teu delírio podes seguir com teu fardo a mim escolho o amor no sonho de grandeza de teus filhos não me terás a teu lado das estrelas quero apenas sugar o brilho (Massari)
As pétalas de rosas-vermelhas de cheiro doce, cores intensas e quase indescritível textura, são ténues e finitas, assim, fatalmente morrem. Concluímos pois, se isso é verdade, os espinhos também não são eternos...