O amor não é terreno para agrimensuras
O amor não se fragmenta, é totalidade
Não se divide em campos, departamentos,
Não se divide em territórios, áreas e cidades
Por isso, amo-a quando dorme
Amo-a quando acordada
Amo-a quando ri, amo-a quando chora
Amo-a em sua chegada, e quando vai embora
Amo-a quando romântica
Amo-a quando materialista
Amo-a quando faz longos planos
Amo-a quando destrói expectativas
Amo-a em seu ateísmo,
...E em, sua descrença metafísica
Amo-a quando pragueja contra o mundo,
desesperançosa rende-se e chora, refazendo-se,
na madrugada, para retomar a força na próxima aurora
Amo-a quando cansada, tranca-nos em casa,
deixando todos os problemas do lado de fora,
e intensa e cuidadosamente me namora
Amo-a quando faz falta,
Porque amo sua presença
Aprendi a amar a saudade,
Causada por sua ausência
Amo-a quando me busca, amo-a quando me nega
Amo-a quando foge, amo-a quando se entrega
Amo-a em mau humor, amo-a em carícias
Nossas dores, são o avesso de nossas delícias
Amo seus sonhos e no avesso seus pesadelos
Amo-a na dialética da razão, amo-a por inteiro
Amo-a em sua modéstia, amo-a em sua vaidade
Amo-a em sua magnitude, e em sua simplicidade
Pois amar é matéria inteira, amar é totalidade
(Fábio Francisco)
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