quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Aos que vem pra rua

Traz tuas mágoas
para juntar-se as nossas

Traz tua voz
e
teu canto

teus anseios
e
demandas

tuas pedras
e
bandeiras

Vem pra rua
Da qual nunca saímos

E oxalá nos permita
tua revolta não seja passageira

Vens reinaugurando as formas
de luta que construímos

Vem, mas vem com gosto
vem com classe

Saiba apenas que não inventas a roda
tão pouco inventas as lutas

O narcisismo de tuas jovens e vibrantes cores
não permitem a ti reconhecer-te
no que e velho e fosco

Mas antes de tu estávamos nós
e antes de nós, guerrilheiros
e antes outros comunistas
e antes ainda os velhos anarquistas
e antes negros quilombolas
antes ainda índios guerreiros

Vem pra rua nego

Mas aprende história

Olha no espelho e verás teu passado

Invade, ocupa as ruas
construímos estas avenidas
para que desfiles teu bloco
e teu samba

Passa com tuas confusas alegorias

ps: Um gigante sem rumo
será sempre dirigido pela pequena burguesia

E lembras que
quando a moda passa
quando o carnaval acaba

Pra fazer do samba a vida
e fazer samba todo dia
só fica a velha boemia

Fabio S. Massari

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