terça-feira, 2 de março de 2010
Março
1857...
129 mulheres...
em 8...
em Março...
em Nova York...
eram em verdade
129 Rosas-vermelhas
Arderam em Claras-chamas
O fogo queimava corpos
de almas que entranham mundos
Transcendentes
trazem no peito dormente cravada
a flama de vivas-chamas-ardentes
Alexandras
Marias
Pagú’s
Kiandas
Vivamente furiosas
ardentes e intensas
Produtoras de vida
e de mercadorias
Exploradas no lar
e na mais valia
Fridas de mãos calejadas
Em nossas bandeiras estampadas
Sagradamente profanas
quando odeiam e quando amam
Tudo fazem com gana
fúria que brota de dentro
e antes de brotar, feito feto,
ferve entranhada em seu ventre
Determinação desenfreada
aos olhos vãos, insanas
a mais perigosa das feras
pois amor e ódio dentro de si tudo gera
Ó meu bom patrão se teu Deus
(de capital importancia) requer sacrifícios?
Advertimos a ti então
-As mulheres de nossa classe não morrerão em vão!!!
Morreram em tua fábrica 129,
prova de tua vileza
criastes assim a centelha
que como Rosas-de-fogo
operárias de todo o mundo inflamam
Outros outubros viram
E nossas meninas serão lembradas
Mulher operária
para sempre resistente
Ò burgues não te enganas
Fábio F. Massari
Clara Zetkin
Foi no bojo das manifestações pela redução da jornada de trabalho que 129 tecelãs da Fábrica de Tecidos Cotton, em Nova Iorque, cruzaram os braços e paralisaram os trabalhos pelo direito a uma jornada de 10 horas, na primeira greve norte-americana conduzida unicamente por mulheres. Violentamente reprimidas pela polícia, as operárias, acuadas, refugiaram-se nas dependências da fábrica. No dia 8 de março de 1857, os patrões e a polícia trancaram as portas da fábrica e atearam fogo. Asfixiadas, dentro de um local em chamas, as tecelãs morreram carbonizadas.
Durante a 2ª Conferência Internacional de Mulheres operárias, realizada em 1910 na Dinamarca, a famosa ativista pelos direitos femininos, Clara Zetkin, propôs que o 8 de março fosse declarado como o Dia Internacional da Mulher trabalhadora, homenageando as tecelãs de Nova Iorque.
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