Caminho com pés descalçados
e a leveza de quem almeja o revés
Caminho hora com os meus próprios,
outrora com todos os nossos pés
Com pés calejados
que apesar de cansados,
para a luta
são pés de chumbo acoturnados
ansiosos por ponta-pés
com a firmeza
de quem o revés almeja
Caminho com pés calados
más não silenciados
pés que gritam, riem e falam
assim como quando oportuno,
sabem ser silenciosos
pés que almejam o revés
Pés que embora experimentados
mantêm-se apaixonados
pés que por qualquer samba
não se abalam
aguardam a festa dos Caetés
a festa que não mais acaba
entusiasta como a dança
dos guerreiros abaetés
a verdadeira festa
onde iremos sambar
polkas, baiões e balés
sem mais noção do meu e do teu
mas sim dos nossos pés
a humanidade em recomeço
samba, sangue, suor e paetês
a vida pelo avesso
na noite do derradeiro revés
Fábio Che
quinta-feira, 13 de dezembro de 2007
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