sexta-feira, 29 de agosto de 2008
Conselhos democráticos
Vote!!!
Vote consciente, vote certo
Vote por interesse,
Ou vote por protesto
Vote por crença,
Vote por afeição
Vote por amizade,
Ou por centralização
Vote!!!
Pouco importa qual sua razão
Vote!!!
Seja por ideologia, Seja em troca de pão
É chegado seu grande dia
Faça valer a democracia,
vote!!!
Exerça sua cidadania
Seja cordeiro,
Digo,
Seja ordeiro... e reto
Vote consciente, vote certo!!!
Independente ao resultado
Consolide a democracia
Exerça sua cidadania
As urnas cidadãos!!!
No dia X e na hora H,
Este é o seu momento
Sua (única) parte no espetáculo
Do (nosso) crescimento
Tenha em mãos números
E na cabeça um candidato
É, o seu momento, é sua grande cena
É de grande importância
Não tome por coisa pequena
Vote consciente, vote certo!!!
Depois volte pra casa
E deixe conosco o resto
Decidir os rumos da vida
Não é coisa de gente amena
Volte pro futebol, boteco
Loura-gelada e toda a sua alegria
Durma bem, e até outro dia
Daqui mais quatro anos
Te convidamos
Para outra grande festa
Mais um show de democracia
Fábio Che e Fernado Coelho
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
Sufrágio universal
I
A política, todos sabem,
É quem a tudo define
A miséria não cessa se não por decreto
E a fome só se acaba, se contra ela,
O parlamento assinar um veto
E tudo é uma questão de vontade política,
Secundário são os atos concretos
Portanto escolha o salvador,
A política, todos sabem,
É quem a tudo define
A miséria não cessa se não por decreto
E a fome só se acaba, se contra ela,
O parlamento assinar um veto
E tudo é uma questão de vontade política,
Secundário são os atos concretos
Portanto escolha o salvador,
Cuide para que seja eleito
E através de seu voto-livre-e-direto, assegure
Que a humanidade esteja finalmente no rumo certo
II
Entretanto meus amigos,
Há infames que nada sabem
Acerca do que lhes digo
Negam que "A voz do povo é a voz de Deus"
Antes fossem apenas ateus, mas
negar-se a democracia???
Vândalos, baderneiros homens de alma vazia.
Propagam indubitável uma blasfema-heresia
Dizem que o Estado-Burguês é autônomo,
E que sob direção de esquerda ou de direita, nada mudaria
Que a fome continuaria a ser fruto das barrigas vazias
Que as relações "capitalistas de esquerda", simples relação capitalista seria
Que as fábricas através de suas jornadas, ainda o homem adoeceria
E que, como hoje, este pobre e sem saúde envelheceria
Que os ricos continuariam a ficar mais ricos com a extração de mais valia
Que as crianças descalças e com fome, ainda se prostituiriam
Que operários e estudantes ainda protestariam, que o Estado ainda os reprimiria
Que as borrachadas ainda arderiam e a bala quando se abatesse contra o peito ainda mataria.
E que tudo só mudaria, por sua vez,
Destruindo a sociedade de classes
E o Estado burguês
III
Mas deixemos de lado os insanos, voltemos a lucidez
Todos sabem que a miséria relativa é necessária,
cuide pois para que os miseráveis não sejam vocês
Pacíficos e ordeiros filhos das cidades
Que a humanidade esteja finalmente no rumo certo
II
Entretanto meus amigos,
Há infames que nada sabem
Acerca do que lhes digo
Negam que "A voz do povo é a voz de Deus"
Antes fossem apenas ateus, mas
negar-se a democracia???
Vândalos, baderneiros homens de alma vazia.
Propagam indubitável uma blasfema-heresia
Dizem que o Estado-Burguês é autônomo,
E que sob direção de esquerda ou de direita, nada mudaria
Que a fome continuaria a ser fruto das barrigas vazias
Que as relações "capitalistas de esquerda", simples relação capitalista seria
Que as fábricas através de suas jornadas, ainda o homem adoeceria
E que, como hoje, este pobre e sem saúde envelheceria
Que os ricos continuariam a ficar mais ricos com a extração de mais valia
Que as crianças descalças e com fome, ainda se prostituiriam
Que operários e estudantes ainda protestariam, que o Estado ainda os reprimiria
Que as borrachadas ainda arderiam e a bala quando se abatesse contra o peito ainda mataria.
E que tudo só mudaria, por sua vez,
Destruindo a sociedade de classes
E o Estado burguês
III
Mas deixemos de lado os insanos, voltemos a lucidez
Todos sabem que a miséria relativa é necessária,
cuide pois para que os miseráveis não sejam vocês
Pacíficos e ordeiros filhos das cidades
Herdeiros da modernidade
Em nossa sína democrática
E nosso jeito civilizado, seguimos
E não se deixe enganar,
E não se deixe enganar,
Já que nada, de fato decides,
Te resta portanto apenas se dedicar
Te resta portanto apenas se dedicar
A decidir quem por ti decidirá
Vamos nos embriagar de democracia
Todos sabem sem os (nossos) parlamentares
Nada cresceria e sem os (nossos) executivos
A própria noite jamais se faria dia
Não me venham com utopias
Todos sabem sem nossos mandatos a luta cessaria
Sem tomar o Estado burguês, nunca nós tornaríamos...
Hum-hum.. digo, nunca derrotaríamos a burguesia
Por isso conclamamos, bóias-frias e estudantes,
Homens e mulheres, pequenos-burgueses e proletários
Enfim toda a massa, (claro, a exceção dos baderneiros)
A mudar através do voto livre direto a realidade do mundo inteiro
...
Vamos nos embriagar de democracia
Todos sabem sem os (nossos) parlamentares
Nada cresceria e sem os (nossos) executivos
A própria noite jamais se faria dia
Não me venham com utopias
Todos sabem sem nossos mandatos a luta cessaria
Sem tomar o Estado burguês, nunca nós tornaríamos...
Hum-hum.. digo, nunca derrotaríamos a burguesia
Por isso conclamamos, bóias-frias e estudantes,
Homens e mulheres, pequenos-burgueses e proletários
Enfim toda a massa, (claro, a exceção dos baderneiros)
A mudar através do voto livre direto a realidade do mundo inteiro
...
A política, todos sabem,
É quem a tudo define
A miséria não cessa se não por decreto
E a fome só se acaba, se contra ela,
O parlamento assinar um veto
E tudo é uma questão de vontade política,
Secundário são os atos concretos
Portanto escolha o salvador,
Cuide para que seja eleito
E através de seu voto-livre-e-direto, assegure
Cuide para que seja eleito
E através de seu voto-livre-e-direto, assegure
Que a humanidade finalmente esteja no rumo certo
Fábio Che
Fábio Che
quarta-feira, 6 de agosto de 2008
Como o diabo gosta
Não quero regra,
nem nada,
tudo tá como
o diabo gosta, tá...
Já tenho este peso que me fere as costas
e não vou eu mesmo atar minhas mãos...
O que transforma o velho no novo
bem-dito-fruto do povo será
E a única forma que deve ser norma,
é nenhuma regrar ter
É nunca fazer,
nada que o mestre mandar
sempre desobedecer,
nunca reverenciar
Belchior
nem nada,
tudo tá como
o diabo gosta, tá...
Já tenho este peso que me fere as costas
e não vou eu mesmo atar minhas mãos...
O que transforma o velho no novo
bem-dito-fruto do povo será
E a única forma que deve ser norma,
é nenhuma regrar ter
É nunca fazer,
nada que o mestre mandar
sempre desobedecer,
nunca reverenciar
Belchior
sexta-feira, 1 de agosto de 2008
Desejo
Desejo primeiro que você ame,
Desejo, pois, que não seja assim,
Desejo ainda que você tenha inimigos.
Desejo depois que você seja útil, Mas não insubstituível.
E que nos maus momentos,
Quando não restar mais nada,
Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.
Desejo ainda que você seja tolerante,
Desejo que você, sendo jovem,
Desejo por sinal que você seja triste,
Desejo que você descubra,
Desejo ainda que você afague um gato,
Desejo também que você plante uma semente,
Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,
Desejo também que nenhum de seus afetos morra,
Desejo por fim que você sendo homem,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim,
Mas se for, saiba ser sem desesperar.
Desejo também que tenha amigos,
Que mesmo maus e inconseqüentes,
Sejam corajosos e fiéis,
E que pelo menos num deles
Você possa confiar sem duvidar.
E porque a vida é assim,
Desejo ainda que você tenha inimigos.
Nem muitos, nem poucos,
Mas na medida exata para que, algumas vezes,
Você se interpele a respeito
De suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
Para que você não se sinta demasiado seguro.
Desejo depois que você seja útil, Mas não insubstituível.
E que nos maus momentos,
Quando não restar mais nada,
Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.
Desejo ainda que você seja tolerante,
Não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
Mas com os que erram muito e irremediavelmente,
E que fazendo bom uso dessa tolerância,
Você sirva de exemplo aos outros.
Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais,
E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer
E que sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor
É preciso deixar que eles escorram por entre nós.
Desejo por sinal que você seja triste,
Não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra
Que o riso diário é bom,
O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.
Desejo que você descubra,
Com o máximo de urgência,
Acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos,
Injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.
Desejo ainda que você afague um gato,
Alimente um cuco e ouça o joão-de-barro
Erguer triunfante o seu canto matinal
Porque, assim, você se sentirá bem por nada.
Desejo também que você plante uma semente,
Por mais minúscula que seja,
E acompanhe o seu crescimento,
Para que você saiba de quantas
Muitas vidas é feita uma árvore.
Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,
Porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele
Na sua frente e diga "Isso é meu",
Só para que fique bem claro quem é o dono de quem.
Desejo também que nenhum de seus afetos morra,
Por ele e por você,
Mas que se morrer, você possa chorar
Sem se lamentar e sofrer sem se culpar.
Desejo por fim que você sendo homem,
Tenha uma boa mulher,
E que sendo mulher,
Tenha um bom homem
E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,
E quando estiverem exaustos e sorridentes,
Ainda haja amor para recomeçar.
E se tudo isso acontecer,
Não tenho mais nada a te desejar.
Victor Hugo.
Victor Hugo.
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